quarta-feira, 23 de abril de 2008

Como sou insensível...

Essa é uma frase tipicamente que eu, como muitos homens, já ouviu muito. Desta vez eu mesmo assumo isso: sou insensível... a terremotos!
Bom, pelo menos o terremoto de ontem à noite em São Paulo.
Vi na TV que um terremoto de 5.7 graus na escala Richter foi sentido em Sampa e moradores de um prédio aqui perto de casa saíram na foto do UOL parados do lado de fora, ainda assustados.
Pois é, às 21h e pouco, hora do sismo, tinha acabado de chegar em casa, fiz um minirolê para o Ozzy se aliviar e em seguida vi um pouco de MTV com minha filha. Não senti nada! Talvez porque aqui no pedaço do Butantã onde moro já me acostumei com a casa tremendo com as explosões da obras do Metrô e com os caminhões pesados que passam sacudindo a Eliseu de Almeida.
Mas eu já vi e senti terremotos.
Em 1970, um de 7,5 graus sacudiu o Peru e matou 75 mil pessoas. Tinha 4 anos. Eu nunca esqueço da cena da minha mãe grávida me puxar correndo pra fora de casa com a minha irmã para o meio da rua em frente de casa. Nem da imagem do monte de gente no asfalto que de repente virou um monte de riscos para os meus olhos. Como aquelas fotos e vídeos feitos com a câmera em movimento brusco e só se vê riscos na tela. Felizmente, não lembro muito da sensação do chão sumindo dos meus pés.
Muitos anos depois, em 2000, trabalhando para uma revista chilena, estava eu em Santiago e cheguei na redação de manhã no maior sossego. Todo mundo começou a gozar da minha cara. "Te assustaste! Estabas con miedo? jajajaja!!" E eu: "Hem? Que foi?" Aí me contaram que houve um terremoto naquela madrugada, não muito forte, acho que uns 3 ou 4 graus. Eu roncava (imagino rsrsrs) e aí o prédio sacudiu e minha cama também. Só assim pra acordar mesmo... E meu colega de quarto no hotel, o figurão Samuel Silva, contou pra todo mundo que eu acordei com o terremoto, levantando de uma vez só, dizendo: "Ahhnn? Que foi? Que foi?". "Calma, no es nada, sólo un pequeño terremoto" (pequeno pra eles pô!). Eu: "Ah, ok". E catapumba!, dormi de novo.
Só no dia seguinte que soube da minha performance ridícula... :-)

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Eles pensam que somos idiotas

Mais uma muleta semântica do guvêrnu foderal...
A PF, a mando do ministro da Justiça, Tarso Genro, foi ao Palácio do Planalto e levou os seis computadores da Casa Civil. O objetivo -declarado- é descobrir quem vazou a informação sobre a origem do dossiê que o governo (A) criou para constranger oposicionistas (B), um crime político seja lá quais forem os personagens A e B, certo?
Aí o Genro diz à imprensa que a PF não fez uma busca e apreensão dos computadores, que é "um equívoco". Confira em http://www.valoronline.com.br/valoronline/Geral/politica/Acao+da+Policia+Federal+na+Casa+Civil+nao+foi+busca+e+apreensao+afirma+Tarso+Genro,,,14,4871364.html
Uai... os PFs não tiraram os computadores da tomada da parede da Casa Civil e levaram para a sede, onde as máquinas não podem ser liberadas de volta até o fim do inquérito (aquele do "sofá")? Afinal isso não é apreensão?
Só se os PCs se sentiram convidados a conversar com a PF e decidiram ir -andando- de livre e espontânea vontade para a delegacia...
Além do fato que me sinto à vontade para desconfiar que, mais do que investigar vazamento (o "sofá") a PF está sob suspeita de abrigar uma operação de eliminação de provas, o que me deixa PT da vida é a insistência dos membros do governo em ofender nossa inteligência.
Não é nem pelo cinismo típico desses caras (certo, presidente?), mas é a tática insistente que irrita. Eles apostam e se apóiam na ignorância da enorme maioria da população. Por isso que eles odeiam a imprensa, a classe média e qualquer um que não aceita calado a pataquada que eles empurram goela abaixo da patuléia, junto com o arroz-feijao do Bolsa Familia.
E o blá-blá-blá do terceiro mandato mulal está só começando...
PS: não tô irritado de verdade, diria inspirado... rsrs

terça-feira, 8 de abril de 2008

China Blue

Domingo passado trabalhei no plantão do jornal Metro, na seção Mundo. Confesso que me divirto mais nela do que com a seção de Economia, mas isso é uma outra história.

O que me deixou espantado foi o caos que se transformou a passagem da tocha olímpica dos Jogos de Pequim-2008 por Londres. Até um extintor de incêndio foi usado! Em Paris, o vexame foi maior ainda, pois os organizadores interromperam a marcha com atletas, depois de várias tentativas bem-sucedidas de manifestantes em apagar a tocha, e a esconderam dentro de um ônibus para o final do percurso.

É claro que apóio os protestos. Primeiro, pelo Tibete Livre; segundo, pela ação dos Repórteres Sem Fronteiras, organização que apóio e que teve a feliz idéia de criar o símbolo olímpico com cinco algemas entrelaçadas, simbolizando o estado totalitário que a China ainda é; terceiro, justamente porque a China quer usar a Olimpíada para se mostrar ao mundo como uma sociedade mais livre e avançada, mas continua sob o jugo do Partido Comunista Chinês, aquele da "Revolução Cultural" e do massacre na praça da Paz Celestial.

E eles não tão nem aí. Vão seguir em frente e depois dos jogos, pobre Tibete...

Mas reparem: o regime chinês é tão astuto que fez o COI aceitar que uma pequena tropa de policiais chineses, vestidos de azul (reparem na foto de Londres, acima), cerque o atleta que carrega a tocha. Não passa despercebido o espanto com que esses policiais chineses --imagino que uma tropa de elite-- reagem aos ataques dos manifestantes pró-Tibete. Acho que acostumados à realidade chinesa, com os dissidentes escaldados pelos massacres anteriores, os "china blue" não esperavam que alguem ousasse avançar sobre eles.
Essa história ainda vai esquentar até agosto... stay tuned!

Tarso joga o sofá fora

Uma vez peguei um avião pra Brasília, na janelinha (rsrs). Estava sozinho até que um minuto antes de a porta fechar entrou o ministro Tarso Genro (então da Educação) e esposa, e sentaram ao meu lado. Como repórter, pensei, "opa, vou aproveitar". Mas, com meu foco em negócios latino-americanos e tecnolgia, parei e pensei um pouco mais. Decidi ficar sossegado e só ouvir. Claro que o casal não disse nada jornalisticamente importante. Ainda bem, porque naquela época já começavam as suspeitas mais pesadas da ação dos aloprados do governo Lula. E eu já estava com um pouco de _desculpem_ nojo desse governo. Não valia a pena nem trocar palavras com o ministro, já que não era obrigado a isso e nem tinha pauta.
Lembro desse episódio agora, quando o agora ministro da Justiça Tarso decide mandar a Polícia Federal caçar a pessoa que vazou para a imprensa o dossiê que a Casa Civil da Presidência da República montou para pressionar e constranger a oposição na CPI dos cartões corporativos (para comprar tapioca e itens importantíssimos para o governo no free shop).
Lembro também da velha piadinha, do homem que encontra a mulher em casa transando com um amante no sofá, e decide resolver o assunto... jogando o sofá fora!
Pois é, Tarso está jogando o sofá fora. Depois de a Casa Civil da dona Dilma usar recursos do Estado para produzir um documento para fins de constrangimento político, agora seu Tarso usa a PF para pegar quem da equipe de Dilma vazou o dossiê. Fora o fato de ser típico do comportamento stalinista de caça às bruxas fazer essa caça, o grave é Tarso se fazer de tonto e "esquecer" a produção do dossiê, que é um crime político (ai que pleonasmo! rsrsrs) grave. Mas, e daí, né? Melhor jogar o sofá fora do que escancarar os podres internos do governo.

Não tem cobra? Tem sim - 2!

No post anterior me diverti com a história da sucuri que apareceu em Salvador e desmentiu a presidente da Embratur (ainda chocada com as perguntas de estrangeiros sobre se há cobras rastejando pelas ruas brasileiras). Pois é, tem mais! Vejam a foto do Corpo de Bombeiros de Porto Velho, que recolheram uma sucuri em uma casa. A cobra já está sã e salva de volta à floresta. Nossa fama de ter cobras nas ruas, infelizmente, também está de volta...
Crédito Aldir Prhil/Corpo de Bombeiros de Porto Velho

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Não tem cobras? temmmm

Outro dia, contrariando meus princípios de não fazer entrevista nas primeiras horas do dia, fui a um café-da-manhã com a presidente da Embratur, a (coisa rara no guvêrnu) simpática Jeanine Pires, que recebia os correspondentes estrangeiros baseados em Sampa. Fui convidado, e foi bacana saber que o turismo brasileiro continua crescendo, que o país precisa fazer um trilhão de coisas pra receber a Copa do Mundo e blábláblá e blá!


Lá pelas tantas, ela conta que no exterior ela ainda conhece muitos estrangeiros que têm aquela imagem distorcida do país:


_ Eles se espantam quando falo que as cidades têm metrô! Muitos perguntam, a sério, se tem cobras nas ruas! _ e todo mundo deu risada.


Pois é, dona Jeanine, infelizmente as cobras não estavam sabendo do combinado. Vejam só o que acabam de encontrar ao lado de um shopping center em Salvador:



Uma Sucuri!! 3,5 metros de cobra.

Agora vai ser difícil dizer não pro estrangeiro que pergunta isso...

Nem quando trabalha direito esse governuuu dá sorte, kkkkk!

Crédito: Iracema Chequer/Agência A Tarde/AE

Veja em http://noticias.uol.com.br/ultnot/album/080403_album.jhtm?abrefoto=22

domingo, 30 de março de 2008

Muletas semânticas

Mais uma vez o governo faz uma enorme bobagem, dentro ou bem na linha demarcada pelo código penal, e tenta disfarçar com argumentos risíveis, mas ditos em tom indignado, de palanque, esperando que engane a patuléia que vota e adora esse presidente.
Dona Dilma bancou a santa e diz que o que sua braço-direito fez --armar e mandar à imprensa um dossiê mostrando os gastos da dona Ruth-- foi apenas "montar um banco de dados".
Então ela continuou explicando que um banco de dados é a melhor forma de organizar um monte de informações, no caso, os gastos da Presidência da República nos últimos governos. Explicou tão didaticamente uma obviedade que eu me senti ofendido na inteligência. Aliás esse PT governo vive fazendo isso, mas desconfio que inteligência não é um artigo farto por aí, já que a aprovaçÃo do Mula sobe para 60%.
Meu chefe tem uma teoria: o povo vota nesses caras (Janio, Collor, Severino, Pitta, Maluf e Lula --minha lista "de honra") porque quer apenas se divertir. Eu concordo, mas sou um pouco mais ácido: aposto mais no voto avacalhado, o pessoal não quer pensar porque deve doer a cabeça, e vota em qualquer porcaria esperando "o que que eu vou ganhar com isso".
Mas, voltando ao assunto, dona Dilma joga com a platéia mais estúpida para disfarçar mais uma ação típica do governo PTsta. Pressão é coisa típica de sindicalista que joga sujo, e o vazamento foi jogo sujo. Demissão é pouco, um integrante do governo não pode usar os recursos do governo para pressionar e intimidar a oposição.
Não era justamente isso o que o PT reclamava do governo militar quando estava na oposição?
Pois é dona Dilma, não adianta jogar com as palavras e usar muletas semânticas para disfarçar a besteira e tentar preservar uma aura de santa para tentar suceder o presidente das muletas....